terça-feira, 23 de outubro de 2012

A Geni e o Serra


A Geni e o Serra


Quando garoto juvenil era freqüentador dessa penitente instituição carinhosamente apelidada de escola. Não gostava, é claro, do marasmo diário que aquilo me proporcionava. Não gostava é pouco: preferia um tiro bem no meio dos olhos a ter que ficar lá, sentado numa posição em que só é possível olhar a nuca do colega e a performance do palhaço lá na frente.

A escola em que passei a maior parte dos anos de minha miserável vida adolescente ainda tinha alguns agravantes. Por algum motivo que, muito provavelmente, nenhum metido a Paulo Freire poderá me esclarecer, não era permitido o uso de bonés em sala de aula, nem o divertido hábito de mascar chicletes. Por quê? Já disse que não tenho a mínima idéia. Deve ter a ver com a nossa amada diretora, uma espécie de pseudo lingüista, educadora e crente fervorosa em duendes (é sério!) que nos propunha um comportamento assim, um tanto quanto peculiar. Uma fofa que, lembro bem, não era a Xuxa nem algo que o valha.

Outro fator que aumentava o nível de insanidade era uma professora de português que carregava consigo o melhor dos nomes que uma professora de português pode carregar: Geni. Também não sei bem o porquê desse ser um bom nome. Para mim parecia muito óbvio. Soa legal, tem apelo, propicia piadas e tem uma música inteirinha só pra ela. Música essa que eu ainda não conhecia naquela época. Sorte dela...

Pois bem. Essa bendita mulher era o próprio diabo na rua no meio do redemoinho. Ela não gostava de nada nem de ninguém. Gostava, isso sim, de ver o sofrimento estampado na cara de cada pobre alma maltratada por sua sede incomensurável de sangue e vísceras (exagero proposital). Sim, meus caros, esse agradável exemplar de ser humano nos dava ditado todos os dias, com chamada oral e o catso a 4, só pra expor e humilhar seres de tão pura ingenuidade pueril (exagero e pleonasmo reiteradamente proposital).
Queria mais é ficar de boa, do lado de fora do colégio
Há, no meio de toda essa dor, um episodio que mais me corta o coração. Num dia como qualquer outro nos encontramos, eu e Geni, em nossa batalha campal diária. Não estávamos no nosso melhor humor e a provocação mútua agradava aos ouvidos daqueles que nada queriam com a aula e com a vida para além do futebol na educação física. A cada chibatada da possante senhora, respondia afiando a língua no amolador do inferno. No limite dos ânimos vêm as fatídicas palavras, firmes, resolutas, cortantes: VAI SE FUDE, PROFESSORA! 

Quanta vergonha! Aquela alma, por mais debilitada e ressentida dos longos anos de docência, não merecia tal disparate. Veio a pior das reações: ela chorou e saiu da sala. Eu, pateticamente orgulhoso do meu feito, me vangloriava aos amigos mais eufóricos e comemorava os preciosos minutos sem aula. Fui obviamente chamado à diretoria e peguei bons três dias de suspensão, explicados pormenorizadamente à mamãe pela diretora dos duendes, o que veio a me render uma merecida surra e alguns meses sem o precioso videogame.

Agora, caro leitor, vem a tão aguardada conexão. Imaginem só se essa cena toda acontecesse na cidade imaginária do morto vivo a quem chamamos, não tão carinhosamente, de Vampiro Serra. Seria eu escoltado por truculentos homens da lei até a Fundação Casa mais próxima e teria minha capivara pela primeira vez preenchida com os dizeres garrafais: CRIMINOSO EM POTENCIAL.

Procurar uma foto do Serra é sempre muito divertido.

Não da pra entender como uma ação como essa, proposta pelo amado ex quase prefeito, não nos cause um vômito coletivo. Como é que esse homem calvo de nosso tempo acha que vai identificar esses maníacos, esquizofrênicos, matadores de velinha em potencial? Eu acho que uma seção de choques embaixo da unha pode resolver e fazer qualquer moleque atrevido confessar seus futuros crimes. Vamos ter que abrir, imaginem só, um novo paradigma nas leis e na constituição. Eu sugiro o nome de CRIMES DO PORVIR. Tudo aquilo que o sujeito é capaz de, por ventura fazer, deve ser punido imediatamente, sem direito a réplica. Uma espécie de Minorty Report tucanizado.

E não me venha com: “Peraí, Umba. Se já viu do que esses cruzamentos de saci manco com curupira são capazes de faze?! Esse mulek são os demo!” Ou até: “Para, velho! Bandidinho bom é bandidinho morto”. Digo apenas: Não defeque pela boca! Quer dizer então que violentando esse já tão precário ambiente de ensino vamos melhorar a situação? Fico com a frase do óbvio ululante em qualquer croniqueta, Nelson Rodrigues, citando algum de seus muitos amigos: “Combater a violência com mais violência é o mesmo que querer emagrecer comendo açúcar”.

Palavra já gasta, fico por aqui pra não consumir ainda mais seu tempo. Para a querida Geni, fica o meu eterno arrependimento e a certeza de que, meio freudianamente meio sem idéia porque, virei um professor de português bem mequetrefe.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Num entendi, seu Malafaia?


Num entendi, seu Malafaia?



Toda vez que me sento na frente do generoso aparelho de TV da casa de mamãe fico perturbado. Mamãe, é claro, me acha um chato. A simples constatação de ver que um sujeito como Marcelo Resende ainda compartilha, digamos, seus ideais pra qualquer doido que o ouça já me faz xingar alto. Qualquer pontapé datenístico nos “marginais” faz borboletas defecarem em meu estômago.  E dá-lhe insulto pra cima da fonte de entretenimento familiar.

Apesar de chato a família acha divertido. Só me calam, mandando comprar pão ou qualquer tarefa de maior expressão, na hora em que Max está lá nacionalmente agonizando. Acho linda a comoção com a morte do moçoilo. A máxima do supracitado Datenão aqui também vale “Bandido bom é bandido morto”.  Que dizer? No meu caso sempre me vem a dúvida: Falo mal da novela? Discuto ideologia? Faço uma seção à la Laranja mecânica com o documentário Muito Além do cidadão Kane? Clamo aos irmãos Palmeirenses pelo não rebaixamento?! Nunca sei...
Eu confuso no paint.

Só que a vida não é feita só de desafeto e desentendimento. Temos sempre as unanimidades. E o que é Silas Malafaia se não uma unanimidade? O cara parece que ta com a imagem mais manchada que Galvão Bueno, minha gente. Toda vez que ele da as caras ou damos de cara com ele em qualquer passadela rápida de canal, tem-se um frenesi de xingamentos. Eu, sensível que sou, me emociono facilmente de tanto orgulho da minha família. Quanto mais elaborada a injúria melhor.

E, caro leitor, antes que você pense: “Que idiota você umbá, vendo TV só pra vir falar groselha pra gente depois” ou até: “Que família doida se tem rapaz. Povo doido fica xingando a TV! Vai se trata!”, adianto que, sim, você tem toda razão. Mas como diz a sabedoria popular: “Em terra de Saci todo chute é voadora e que se foda a razão!” Acho que era mais ou menos por ai.

Voltando ao objeto pernicioso da croniqueta, Malafaia. Eu particularmente adoro esse cara. Ele tem um poder de interpretação da bíblia que nem Santo Agostinho jamais sonhou. Ele samba na falta de sujeito e de objetividade do texto pra dar o seu show, desvelando preconceitos e agressividades que o próprio Deus sabia que tinha, mas tava fazendo tratamento pra se livrar.
Ta fácil pra ninguém

Em uma de suas sábias intervenções, Silas diz sobre um dos grandes problemas que assolam o homem de bem, o preconceito aos heterossexuais. Não, caro leitor. Você não está presenciando um claro problema de regência. Eu disse “aos” heterossexuais mesmo, não “dos” heterossexuais. Pra essa grande cabeça calva de nosso século, o sofredor não é aquele que apanha, física e moralmente, todos os dias por causa de uma preferência sexual, e sim aquele que da a porrada. É como tirar o chicote da mão do torturador pra evitar uma tendinite.

Fiquemos por aqui pra não tirar matéria de uma próxima croniquinha. Reitero aqui meus agradecimentos ao pastor que une consciências tão díspares. Brigadão, Malafaia. Você faz bem à família brasileira, pelo menos pra minha. 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Aí num da!


Aí num dá!




Fiquei muito tempo calado ante as frivolidades da vida. Absoluta inépcia na escrita, longuíssimas ressacas e uma preguiça que mais parece malária existencial são fatores fundamentais pro meu silêncio. Outro fator, talvez o mais determinante; a queda ladeira abaixo do time com mais adeptos entre os moradores da Moca, o sempiverde Palmeiras. Mas isso é passado! Passei um final de semana feliz, entre orgias gastronômicas de macarrão e seu inseparável amigo, o frango, e siestas intermináveis que ultrapassaram facilmente o ciclo de hibernação dos ursos tibetanos mais cansados. Mas, como diz a canção, “Tristeza não tem fim, felicidade sim”.

Ta lá, numa boa


Eis que acordo de tétricos sonhos, combinação explosiva de barriga cheia/caminha fofinha, e percebo estar já no meio da manhã de segunda-feira! Tudo bem, não fosse a vontade de dormir de novo. Mas ta legal, ta firmeza...Limpo os olhos empapados de remela e, como todo homem de bem, (sim, eu acredito no tipo) vou às necessidades do corpo. Dispenso, obviamente, de narrá-las.

Já asseado, bonitinho e cheiroso, sento na frente do intelectualmente generoso aparelho de TV e começo a me deleitar com a programação matinal. Legal como essas coisas parecem muito com um daqueles bolinhos Proustianos. Imediatamente me lembrei do meu pai, coitadinho, me acordando ainda com a barba desgrenhada e preparando meu “lanchinho” do café da manhã. Pão, requeijão, presunto e queijo. Tudo numa combinação colorida e maravilhosa, com um fiozinho desencapado que ia explodir lindamente no microondas! Sim, papai botava tudo no micro e deixava a magia acontecer. Isso tudo ao som dos digníssimos “professores” do tele curso 2000, fonte inesgotável de saber.

Mas é claro que esse não é o objeto dessa desprezível croniqueta. Sem ladainha ou rodeios, vamos ao dito cujo; ou melhor, aos ditos. Ana Maria Braga e o coxinha dos coxinhas, Tiago Leifert. Estavam os dois, felizes e globais no programa da “loira” dissertando livremente sobre as belezas da mais nova criação dos gênios de nossa televisão. O campeonato de futebol feminino em trajes menores. (tradução livre)


Vem me seduzi!

Os dois não escondiam o orgulho ao falar daquela nova maravilha da criatividade televisiva. Imaginem só o brainstorm dos roteiristas/diretores: “Pow, do que o brasileiro mais gosta?” no que responde aquele estagiário/publicitário: “Oh, eu e meus brows gostamos de futebol e de mulher” e vem o roteirista: “Gênio! Bora junta os dois!” E fez-se assim o primeiro campeonato de futebol jogado de langerie.


Às imagens das popozudas se digladiando em campo seguiam-se os comentários oportunos do Louro José e companhia: “Que belo jogo!” ou ainda “Isso é o que eu chamo de pelada”. Fora a vontade de morrer ali mesmo, tive um impulso, controlado apenas pelo sábio que habita o quarto ao lado, de incendiar o aparelho de TV e jogá-lo pela janela, ainda em chamas.

Por que não atirar de verdade? Ele é só um boneco!


Não contente em foder com nossos cérebros há mais de trinta anos, a globo ainda tem espaço pra (re) produzir o que existe de mais machista, misógino, sem noção e Celsorussomanesco nos limites da classe média paulistana. Ta de brincadeira!

Ai vem o leitor mais indignado e pergunta: “Qualé umbabarauma, tu num gosta de mulher não?” Porra! Que tem a ver o cu com as calça? Ao afirmar meu gosto pelas mulheres eu preciso repor a série de preconceitos que orbitam a imagem feminina contribuindo ainda mais pra sua situação de subjugada, ante ao macho dominante e espadaúdo? Vai te cata!

Ai me vem um mais equilibradinho: “Verdade Umbá, imagina se uma delas fosse nossa mãe ou, sei lá, nossa filha?” Cate-se você também com o leitor de cima! Precisamos levar tudo pro âmbito pessoal e familiar pra perceber que devemos respeitar? Que eu saiba, respeitar o outro é um procedimento que ta pra além da proximidade que temos com o sujeito. A não ser que você trate esse sujeito como carne, mero objeto pra ser exposto numa vitrine, bem ao lado do carrão da moda e do time do coração.

E pra quem acha que toda crítica deve vir acompanhada de uma proposição, (seus chatos), proponho um novo movimento ludista, em pleno séc. XXI. Ao invés de queimarmos as máquinas (assunto pra outra cronicazinha) queimemos todos os nossos aparelhos de TV e, aproveitando que a fogueira vai ta forte, joguemos todos os IPhones e afins (objetos de ódio antigo) pra queimarem juntos. A não ser que você o esteja usando pra ler esse mísero Blog. Aí não, deixa pra outra hora.



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Uma épica sobre rodas


Uma épica sobre rodas



“É muita treta, vish!” o tempo que passamos balançando nossa mal tratada carcaça nos busões Kassabianos da vida. A maioria que habita a amada paulicéia fica mais com os estranhos que compartilham essa falta de espaço, do que com a própria família no aconchego do lar. Mais um daqueles tipos de desumanidades gostosas que só o paulistano é capaz de engolir no dia-a-dia. É nóis!

O ônibus é, sem sombra de dúvida, o lugar mais egoísta e malacabado desse mundo. A arte de desrespeitar o espaço/direito alheio é exercitada ali com requintes de crueldade. Se você é idoso, você sabe do que eu estou falando. Se você é do tipo que não curte funk, você sabe do que eu estou falando. Se você está simplesmente acima do peso você sabe muito bem do que estou falando. Mas não entremos em maiores detalhes...


Não há herói que resista a essa fatalidade Ulyssiana; do mitológico ao moderno. Aquiles seria mais um contínuo de pés velozes. Batman redefiniria seu conceito de trevas e pediria gentilmente pra nunca mais ser tratado pelo famoso apelido. Não há lugar pra fracos; nem pra fortes. Não há lugar pra ninguém...

Foto real do cotidiano de um ônibus com destino Grajaú

Feita a descrição, vamos aos fatos. Em mais um desses dias deliciosos em que nosso transporte público não ta pra principiantes, estava eu com meus fones de ouvido (sim, a grande salvação/desgraça do homem moderno) ouvindo as progressões harmônicas da voz aveludada de um dos nossos mais prodigiosos/brega cantores da música brasileira, Oswaldo Montenegro, e eis que começa um burburinho.

As pessoas estavam começando a interagir umas com as outras! Umas falavam e outras, fatalmente, respondiam. Uma garota espavorida estava sentada no meio do chão do ônibus e os outros (pasmem) a ajudavam. O que seria aquilo? Obra de macumbaria? Não soube de imediato, pois “bandolins” acabara de me deixar em estado de êxtase. A contragosto tirei os fones...
Continuei intrigado. Não sabia ao certo o que estava acontecendo. Pensei nos motivos mais nobres possíveis pra tal comoção. Será que tinha alguém passando mal? Será que esse alguém era a moça? Será que o amor acabava de abandonar o coração desta mulher que agora, em prantos, recebia a ajuda dos concidadãos?  Mãos pendiam com celulares nas mãos, de prontidão para ajudar no que fosse necessário. Foi ai que comecei a entender. Era um Iphone.

Percebi que a mulher sentada no chão na verdade procurava ferozmente seu celular dentro da bolsa. “Não vi direito o que aconteceu. Não sei se caiu ou se roubaram!” E o motorista ali, arranca não arranca com o carro. Todos estavam extremamente envolvidos com a situação. Já falei dos celulares? Sim, eram muitos os que apareciam pra que a mulher fizesse aquela ligação salvadora. De nada adiantou. O motorista tinha que cumprir seu itinerário e levar todas aquelas almas pros seus destinos. Silêncio de morte...

“Ainda bem que coloquei o aparelho no seguro semana passada”

Ufa! Todos exclamaram em uníssono. Eis que a precaução a salvou de males piores. Eis que a Apple nos ensina que existe sim amor em SP.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A importância do desimportante


A importância do desimportante


Tanta coisa rolando e “nóis aqui no veneno”. Lá na gringa o arauto das patacoadas dos governos DEMOcráticos, sofre pra se refugiar embaixo de teto equatoriano. A mídia rosna: “Estuprador!” Obama, espumando: “Espião/Pedófilo!” E o Assange lá, rindo da parvonice alheia.

Aqui bem pertinho, debaixo das vistas do Cristo que de redentor não tem nada, uma eleição histórica acontece. De um lado o POgresso, na figura do boa pinta esquizofrênico (Sim. Ele já esteve no PV, no PFL, no PSDB e agora no PMDB) Eduardinho Paes. Do outro Marcelo Freixo, o candidato legal, bem intencionado, de retórica ciceroniana com algumas pitadas de açúcar, tempero e tudo que há de bom. Um fofo!

Ventos sopram nos meus ouvidos que TODAS as Universidades Federais estão em greve. Sim, todas. Professor mal pago quer aumento. Funcionário mais mal pago quer aumento. Aluno fudido quer se fuder menos. Mas nada cheira mal no reino da Dinamarca. Aliás, cheira sim. A relação entre o técnico Tite e o craque Neymar está uma bosta.


Sim; durante meus sagrados minutos diante do glorioso aparelho de TV, a única coisa que chamou atenção entre mortos e feridos (uhum) foi a saudável briguinha entre o   técnico com mais chavões de auto-ajuda desse sistema solar e o nosso simpático amigo do cabelo de calopsita.

o neymar

a calopsita


Não, caro leitor. Não caia nessa baboseira de: “E o que é que você queria? Futebol é o ópio do povo” Não! Isso é conversa pra muitos bois dormirem. Essa fatalidade é tão importante quanto à saga do bródi da wikleaks ou da, por alguns declamada, “primavera carioca”. Eu explico.

Neymar, encantador de encantos, (Sejamos piegas pra elogiar um gênio!) está cansado de ser perseguido. E com razão. O cara sofre mais que aposentado na fila do INSS e tem que aturar brucutu fazendo poker face toda vez que ele dá um chapéu ou uma caneta? Tenha dó! E o Tite ainda diz que o menino tem que aprender a dar bons exemplos aos seus filhos. Como diz o mestre: “Mais um idiota da objetividade”.

O que esse neologista do ludopédio nos propõe? Mais treinabilidade e menos felicidade? Mais trabalho em equipe e “feedbacks” e menos Romários? Que é isso, companheiro? Deixa essa marra pra lá! Não me venha com essa verborragia empresarística pra cima da nossa paixão. “Sem paixão não se chupa nem um picolé!” pra ficar no bom velinho reacionário novamente.

Essa ladainha ta tomando conta do mundo todo! Isso é o politicamente correto... Não falo das justas reações dos que, ofendidos por piadinhas rafinhabastianas, se rebelam de N maneiras por ai. Digo dessa crosta de democracia/demagogia/não me toques/ que não deixa um raio de sol sequer entrar nos coraçõezinhos metropolitanos. O técnico gaúcho é um exemplo cabal dessa pasmaceira.

Que fique claro: Não estou aqui dizendo que, pra sermos felizes temos que ser desleais e cuspir na cara do amiguinho; só to dizendo que estamos ficando cada vez mais chochos...”O fulano pode driblar, mas não pode provocar.” “O sicrano pode fazer graça, mas vai levar patada.” Vai-te catar!  Deixa o cara samba e assume a sua mediocridade!

Apagamos nossa vontade na necessidade de pendurarmos no saco do outro. Ter posição e ser agudo, no drible ou na crítica, tornou-se qualquer coisa ultrapassada. Ficamos assim nesse limbo da chatice e da caretice. “Não vai pra cima deles que é feio” “Não defenda opiniões radicais que é bobo”.  Que merda!


Vai Neymar! Vai Assange!